Não tendo muito tempo para MOC´s, o meu parco tempo livre tem sido ocupado na arrumação do meu espólio, nomeadamente o que levei para Viana e do qual ainda tenho parte armazenado na minha garagem.
A minha forma de guardar LEGO (na casa da minha mãe) sofreu uma pequena alteração. Tendo sido a casa da minha mãe arrendada (uma vez que a minha mãe está neste momento a residir num Lar a poucos metros de casa), apesar de eu ter ficado com os arrumos para o que der e vier, torna-se pouco cómodo para mim ter de me deslocar a este espaço para construir ou mesmo armazenar o meu LEGO. Até aqui ainda tinha como "desculpa" passar uma tarde a fazer companhia, mas essa situação já não se coloca, pelo que decidi colocar todo o meu LEGO em minha casa.
O problema é que o único espaço disponível é uma subcave húmida onde as minha caixas de cartão tendem a ficar com fungos, moles e com um cheio a mofo que se torna insuportável quando tenho de fazer uma viagem como a Viana ou a Oeiras.
Comecei a repensar numa solução para o problema e a primeira ideia surgiu do infortúnio do que se passou na desmontagem da exposição do Sealife. O meu LEGO veio numa caixa de esferovite semelhante às utilizadas nas peixarias, mas mais profunda. Andei a investigar empresas que vendessem esse material, mas deparei-me com dois problemas: se por um lado as dimensões não se ajustam aos das nossas baseplates que são praticamente a base de tudo, o custo das caixas, a rondar cerca de 47 Euros, era praticamente incomportável.
Qual a solução que "engendrei"? Comprar placas de poliestrieno extrudido (vulgarmente conhecido por Wallmate ou o "esferovite" azul), mas estriado (neste caso chama-se Roofmate porque é o utilizado para colocar telhas nas estrias).
Mais à frente espero fazer entender o porquê das "estrias". As placas têm um custo de 2,69€ no MaxtMat e 2,79€ no Leroy Merlin e medem 60x120cm, pese embora percam 1 centímetro em todo o perímetro que recorto para as placas ficarem planas e sem o "degrau" usual.
Isto gera placas com 58.5 cm ou 52.5 cm interiores (porque uso placas de 3 cm de espessura). Esta medida é perfeita porque me permite colocar duas baseplates lado a lado e sobra um centímetro de folga, ou seja, fica tudo arrumadinho à "justa".
Neste imagem podem ver o exemplo da arrumação de alguns modulares (retirei as peças altas para poupar uns 5 centímetros que me permitiram ter mais placas disponíveis para uma segunda caixa):
A altura das caixas é definida com base na altura dos MOCs, resultando vários tamanhos de caixas diferentes. Neste caso podem ver uma um pouco mais alta onde guardei os meus sets e MOC de NinjaGo City:
Este diorama de Star Wars deu-lhe um pouco de mais trabalho porque inicialmente orientei a altura pela plataforma de aterragem quando descobri que afinal o AT-AT era mais alto. Não teve importância, fiz uma caixa nova, e aproveitei a que tinha feito para um outro MOC, ligeiramente mais baixo.
As caixas são coladas com cola apropriada. Não se esqueçam que a "cola-tudo" ou o silicone derretem o poliestireno, pelo que têm de pedir uma cola própria para esferovite. No MaxMat comprei um tubo semelhante ao de um tubo de silicone que me custou cerca de 5 euros (eu já tinha a pistola). No Leroy Merlin experimentei uma cola de balde com pincel. Fica um pouco mais económico mas não é tão prático. A cola é muito dura para espalhar com pincel (funcionaria melhor com uma espátula) apesar de ficar ligeiramente mais barata (cada balde custa cerca de 3 euros, mais o pincel). Ainda assim, quando terminar o balde, vou adquirir sempre em tubo. Também adquiri 3 rolos de fita-cola larga (transparente) porque sinceramente não confio muito na colagem, especialmente numa primeira fase (demora cerca de 2 horas a colar), pelo que à frente e atrás dou duas voltas completas com o rolo em volta da caixa, esticando bastante a fita para unir bem as peças e deixar a caixa bem apertada.
A explicação deste "truque" tem a ver com o seguinte...
Se repararem na caixa mais abaixo, as caixas têm uma abertura com tampa frontal e não na parte superior, como tradicionalmente. Fiz isso assim, porque me permite retirar as construções mais facilmente das caixas sem as destruir. Isso acontecia muito frequentemente quando as construções eram constituídas por várias baseplates. Agora, basta colocar a caixa ao nível da mesa e "arrastar" as construções para cima da mesa. A caixa fecha-se simplesmente colocando a "tampa" entalada entre o fundo e a tampa e é por isso que eu as aperto bem com fita-cola, para a frente custar o mais possível a entrar neste espaço e, consequentemente, a sair.
Agora vem a explicação da utilização das placas estriadas...
Na imagem que apresento de seguida encontram uma série de construções cuja altura não preenche totalmente a caixa. No entanto, numa fase posterior, já criei uma placas com 3mm de espessura que entram nas estrias como gavetas e onde posso colocar até quatro baseplates já com toda a vegetação que, quem me tem visto nos últimos eventos, me tem ocupado imenso tempo na composição dos dioramas, a colocar folhas, bambu e flores. Assim, vão já as placas todas preparadas para a exposição e é só colocar no local. Estou a prever ter caixas apenas e só com este tipo de placas...
Quando tirei estas fotografias, ainda não tinha nenhuma placa terminada, mas deixo-vos um exemplo de teste que fiz com uma placa de cartão nesta fotografia:
A melhor parte descobri-a quase acidentalmente. Eu já tinha pensado nas caixas com estas dimensões, porque a medida 1.2m é o padrão de largura, profundidade e altura da minha carrinha (Peugeot Partner). No entanto, estava a pensar adquirir para a subcave umas estantes metálicas semelhantes às dos armazéns ou das lojas de chineses. No entanto, à medida que fui criando as caixas, fui empilhando-as e, tendo em conta que têm todas as mesmas dimensões em termos de largura e profundidade, são resistentes ao empilhamento, não se degradam com a humidade, cheguei à conclusão que as posso simplesmente pousar sobre uma base e empilha-las. Sempre que necessitar de uma construção que se encontra dentro de uma caixa, basta ver o que a tampa refere ou mesmo tirar a tampa para ver o que realmente está lá dentro. Só ainda não descobri o que vou fazer com aquelas pequenas aparas que encontram sobre as caixas nesta fotografia...
